Uma bandeira antirracista: arte e educação como ferramenta de transformação

O que significa erguer uma bandeira antirracista? Para a comunidade de Heliópolis, maior favela de São Paulo, a criação de uma bandeira vai além da confecção de um símbolo; é um ato de resistência, educação e engajamento coletivo. Liderado pelos jovens articuladores Gustavo Mesquita e Vinícius Gonçalves, a confecção de uma bandeira antirracista no âmbito  do projeto “365 Dias Sendo Preto” (contemplado pela 4ª Edição do Edital Apoio à Cultura Negra da cidade de São Paulo) mobilizou crianças, adolescentes e educadores para abordar o racismo de forma criativa e impactante em plenárias mirins.

A importância de uma bandeira antirracista

Durante a plenária mirim realizada no CCA Pam e no CCA Plácido, o tema central foi discutir as raízes e consequências do racismo, assim como a necessidade de combatê-lo ativamente. Para Gustavo e Vinícius, a bandeira funciona como um marco visual e educativo, carregando as mensagens e aprendizados construídos durante as oficinas. Eles instigaram os participantes a refletirem: “O que é ser antirracista? Por que é importante levantar essa bandeira?” Ao introduzir questões como injúria racial e o impacto do racismo estrutural, os jovens abriram um espaço seguro para que crianças e adolescentes compartilhassem suas experiências e percepções​.

A participação de Gustavo e Vinícius

Gustavo Mesquita desempenhou um papel essencial na articulação da plenária, colaborando na pesquisa de imagens, organização de materiais e elaboração das perguntas disparadoras que conduziram os debates. Ele também ressaltou a importância de trabalhar com referências visuais poderosas, como fotografias e obras de artistas negros, para enriquecer a discussão e inspirar a criação artística dos participantes​.

Vinícius Gonçalves, por sua vez, contribuiu significativamente para as dinâmicas de interação, trazendo explicações claras sobre conceitos como racismo e antirracismo, além de provocar reflexões profundas entre os participantes. Ele também acompanhou de perto a fase criativa da confecção da bandeira, incentivando as crianças a expressarem suas identidades e aspirações por meio da arte. “Gostei de ver as crianças conectadas, trazendo dúvidas e histórias. A participação delas tornou a atividade ainda mais significativa”, destacou Vinícius​.

Arte como Ferramenta de Transformação

A confecção da bandeira, liderada pelo artista visual Felipe Borges, integrou técnicas de pintura e grafite, permitindo que todos os participantes contribuíssem para o resultado final. O envolvimento direto das crianças não só estimulou sua criatividade, mas também reforçou a mensagem de que o combate ao racismo é uma construção coletiva, que exige esforço e união de todas as idades​.

Um Símbolo de Esperança

Ao final da atividade, a bandeira antirracista se tornou um símbolo tangível da luta por igualdade e respeito. Ela reflete as histórias, experiências e aprendizados compartilhados na oficina, reforçando a ideia de que a educação é uma das armas mais poderosas contra o preconceito.

A iniciativa liderada por Gustavo, Vinícius e o Movimento Negro de Heliópolis e região deixa um legado para a comunidade: a certeza de que, juntos, é possível construir um futuro mais justo e igualitário, onde o racismo seja combatido em todas as suas formas.

Movimento Negro de Heliópolis e Região
Movimento Negro de Heliópolis e Região

Somos o Movimento Negro de Heliópolis e região, um coletivo antirracista e democrático num dos maiores territórios periféricos do Brasil.

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